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O lobisomem





  Uma criatura metade lobo, metade homem. A maioria das pessoas que ouvem histórias a respeito do lobisomem acha que tudo é apenas baboseiras e conversa fiada. Pamela era uma dessas pessoas, nasceu e foi criada em cidade grande, por isso achava que perigo mesmo não era lobisomem era assaltantes, tarados, assassinos e etc... Pamela morava com o marido e três filhos, perto do centro de São Paulo, mas a dificuldade financeira a expulsou da cidade. Teve que se mudar.Sábado, 6:00h da tarde. O silêncio daquele povoado calmo é perturbado pelo caminhão de mudança, era Pamela se mudando para nova casa. Do alto do caminhão, Pamela e seus filhos olhavam curiosos as pessoas, algumas sentadas no chão, deitadas em redes e poucas trabalhando. Mas todos tinham algo em comum, o medo que refletia em seus olhos, olhavam o caminhão com grande desconfiança, um deles cochichou para o outro: - Olha Zé, vão para casa do lobisomem. A "casa do lobisomem", todos temiam ela, ficava perto do povoado, quase encostada, era só seguir uma curta rua de terra que terminava bem numa porteira que era a entrada da casa, era o novo lar de Pamela e sua família. Passaram-se três dias, sufocada pela solidão, Pamela, que era acostumada com a presença de muita gente, sentiu-se obrigada a ir até o povoado tentar conversar com alguém. Quando chegou, foi recebida com olhares desconfiados, todos evitavam conversa, menos um velho que a convidou a entrar em sua casa e lá conversaram muito. O velho tinha uma barba muito grande, cabelos bem longos e grisalhos, usava uns óculos e não parecia ser um matuto da região. Na conversa o velho contou que a casa que Pamela estava morando não faz muito tempo, pertenceu a um homem muito estranho, era violento, não conversava muito, e em algumas noites gritava como se estivesse com uma dor gigantesca. Disse o velho que em um certo dia esse homem foi até o povoado de manhã para comprar comida, não se sabe o que aconteceu para que um cavalo desse um coice nele, o coice foi tão forte que de onde caiu não levantou no mesmo instante, permaneceu desmaiado no meio da rua até a noite quando acordou e ali mesmo começou a se debater e gritar de dor até quando se transformou em uma espesse de lobo. Não era um lobo com quatro patas, era mais ou menos um homem peludo, corcunda, com muitos músculos e uma cabeça igual à de um lobo. Seu andar era parecido com o andar de um gorila e de sua boca cheia de baba saía um ruivo grosso e irritante aos ouvidos humanos. Naquela noite, disse o velho, que todos estavam assustados, ninguém ousava desafiar o lobisomem até quando este arrombou a porta de uma casa e com suas garras cortou o pescoço de uma criança, a mãe nervosa correu para cima do lobisomem com uma arma, logicamente, a criatura que ainda tinha um pouco de raciocínio humano, fugiu. A mãe desistiu de ir atrás, voltou e pegou seu filho no colo que ia aos poucos fechando os olhos. Então diante daquilo, todos os homens do povoado pegaram suas armas e foram atrás do lobisomem que pressentindo o perigo fugiu para o matagal, mas antes houve tempo para ser acertado na perna. Depois disso ele abandonou a casa, mas ainda houve gente que o viu andando pela mata, a maioria das vezes que foi visto era em forma de lobisomem. À noite, à frente de uma fogueira feita na entrada da casa, Pamela conversava com sua família,mas não disse nada sobre a história aos seus filhos e marido, não achava que a história o lobisomem era importante e também já tinha esquecido. Quando ficou um pouco tarde, duas da madrugada, as crianças foram obrigadas a irem dormir em seus quartos e Pamela e o marido continuaram sozinhos conversando. De repente se ouve um barulho, bem alto, de alguma coisa quebrando dentro da casa e depois um grito das crianças, os dois correram rapidamente para dentro, lá encontraram o telhado com um buraco manchado de sangue. Quando correram para fora, viram, com a iluminação da lua, o vulto de um bicho arrastando pelo chão o corpo de uma criança. Segundos depois o vulto parou de caminhar e em frente da imagem da lua ouviu-se um ruivo bem alto e grosso...

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